segunda-feira, 15 de junho de 2009

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JavaOne 2009 - Uma Visão Geral

Passada mais de uma semana do término do JavaOne 2009 resolvi fazer mais um post, desta vez com uma visão geral e uma espécie de "repescagem" de coisas que eu não havia citado. O post diário é mais detalhado, mas não responde a pergunta de muitos quando voltamos pro Brasil: "como foi o evento"?

Como das outras duas vezes, o evento foi excelente. É no JavaOne que são feitos os maiores anúncios da tecnologia, e a gente vê em primeira mão protótipos/produtos em vias de lançamento. Ano passado, destaques para a caneta LiveScribe, o Amazon Kindle e o Sentilla Perk. Esse ano, gostei do JavaFX rodando em TV, Set-top box, Celular, Netbook, Desktop e até uma JukeBox (aquelas máquinas de música, que a gente vê em filme americano) turbinada (saiba mais e veja foto) criada por dois caras que dirigiram 35 horas de New Orleans até San Francisco para mostrar a invenção. No Toy-Show de James Gosling esqueci de citar o uso de Java em automóveis, tanto num Lincoln 1959 movido a eletricidade produzida por um gerador de gás natural (coisa de Gosling e Neil Young) , até a Volkswagen usando Java para testes de direção em altíssima velocidade (sem piloto!) num Audi TTS. Teve também um software de busca em imagens que pode ser utilizado, por exemplo, no auxílio a diagnóstico de Cancêr. No CommunityOne, me surpreendeu o destaque dado a Cloud Computing e as Plataformas Sociais e Colaborativas. Mais ligadas ao nosso dia a dia, no geral também não faltaram sessões relacionadas a desenvolvimento Web, SOA, Servidores de Aplicação, Mobile, RIA e Desktop.

O que tem de melhor fica para as General Sessions. Não consegui assitir todas, mas ainda pretendo ver os vídeos das que perdi, principalmente a Intelligent Design: The Java Pervasive Platform. Mais diversificadas e várias ocorrendo simultaneamente, as Technical Sessions também tem um fator sorte. Muitas vezes a gente vai pelo título ou tema, e assiste a algumas apresentações "meia boca". Optei por privilegiar as apresentações dos brasileiros (falei sobre todas elas em cada post), as ligadas as Grupos de Usuários Java e Java Champions e, por fim (mas não menos importantes), a tecnologias que tem a ver com meu trabalho no Serpro, principalmente ligadas ao Framework Demoiselle. Já recomendei, e repito: Todo esse material fica disponível on-line, "de grátis", e deve ser considerado como fonte de pesquisa.

Apesar de tanto "tecnologiquês" legal (quer mais? veja um resumo neste blog), a atmosfera desse JavaOne estava diferente. Efeitos da "crise", da gripe suína (vi pouquissima gente de máscara nos aeroportos) e da incerteza quanto ao futuro pós aquisição da Sun pela Oracle já tem impactos visíveis: Nada de "megafilas" para entrar nas General Sessions (foram cerca de 9.000 participantes, ano passado 15.000 e teve ano que chegou a 25.000), nada de "pirotecnia" nas sessões de abertura e encerramento, nada de jornalzinho diário (era algo tão bom nas outras edições...), nada de John Gage como mestre de cerimônias (ele e seu "Don't be shy, be like brazilians" - que provocava a maior algazarra na platéia - fizeram falta; soube que saiu da Sun), nada de sessões/jantares exclusivos da imprensa com executivos da Sun (para que? eles não sabem o que dizer...), nada de "competição" pela delegação (tinha bem menos brasileiros esse ano, e os que tinham ficaram bem mais dispersos que em 2008, quando andávamos em "comboio") mais barulhenta (Brasil e Holanda eram os rivais do ano passado, mas no maior clima de confraternização, viu?), nada de "See you next year!" ao final do evento, quando normalmente já se divulga o periodo exato do próximo JavaOne.


Em todos os JavaOne essa é tradicionalmente a "capa" de Bruno Souza, o "Brazil's Java Man"

Ainda buscando "desaques", gostei tanto de um "resumo" feito no Twitter do JavaTools, que decidi postar aqui uma "tradução não oficial":
  • Dispositivo do ano: Netbooks! Parecia que todos estavam carregando um Netbook para twittar e verificar e-mails durante as sessões.
  • Buzzword do ano: "The Cloud". Sun Cloud, ferramentas para a nuvem, codificação na nuvem, implantação (deploy) na nuvem, borrachas de nuvens como brindes.
  • Orador convidado do ano: Larry Ellison. O dono da Oracle supostamente iria responder algumas das questões que todos estavam perguntando, mas ele não o fez.
  • General Session inesperada do ano: Microsoft. Eles não só tinham um keynote, mas falaram de open source também.
  • Estandes faltando do ano: Oracle e Google. Duas das tradicionalmente mais populares estandes no pavilhão, não estavam presentes em 2009.
  • "Costume" faltando do ano: JavaOne Today. O jornal que costumavam distribuir pela manhã, resumindo o dia anterior, foi cortado fora.
  • Pergunta mais feita do ano: "Vai ter outro JavaOne? Todo mundo estava querendo saber. Ninguém respondeu.
  • A resposta mais dada do ano: "Nós não podemos falar sobre o assunto". Essa era a
  • resposta padrão dos empregados da Sun, quando questionados sobre a fusão com a Oracle.
Pra concluir, o melhor de tudo mesmo é o networking que a gente faz. A constatação que são todos "normais", com ansiedades, defeitos, problemas, virtudes. A mistura de culturas, países, sotaques. As novas amizades que se formam, as comunidades que se criam e/ou fortalecem. O Java, no centro, com seus 14 anos de vida sendo o elo principal que liga tantas pessoas. Essa força nos dá confiança que, aconteça o que acontecer, ainda vem muita coisa boa pela frente.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

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JavaOne 2009 - 4o Dia



A General Session de encerramento do JavaOne (video acima) é praticamente tão esperada quanto a de abertura. O James Gosling's Toy Show tradicionalmente mostra coisas interessantíssimas feitas com a tecnlologia Java, enquanto vai entregando os Duke's Awards para cada um dos ganhadores deste ano, que vão desde ferramentas de cobertura de testes/integração contínua (Clover, da Atlassian) até ferramenta completa de monitoração de satélites (ND Sat Com) construída em cima da Plataforma NetBeans. Gostei de 3 exemplos envolvendo a niversidade: a) Uma competição de robótica baseada em Java e NetBeans (quem disse que só dá para usar C++ ? Com Java + NetBeans pode-se até fazer debug direto no robô!), estimulando o interesse de jovens para o mundo da engenharia (saiba mais em usfirst.org); b) Uma impressora/leitora/tabuladora de questionários com software Java feita por estudantes de uma universidade da Hungria, apresentada pelos vencedores de uma competição estudantil. Serviria, por exemplo, para tabular com muita rapidez os resultados de uma prova de múltipla escolha: primeiro deve-se "informar" a impressora quais as respostas corretas (através de um papel que é escaneado); depois cada folha de respostas seria escaneada em alta velocidade (até 2600 páginas por hora) e os resultados tabulados. c) BlueJ, ferramenta open source útil para ensino de orientação a objetos.

Gostei também de duas demos: 1) Uma exibição mais detalhada do JavaFX Authoring Tool, que já havia aparecido em outras sessions. Veja nesse link informações e video para perceber o quanto o desenvolvimento de aplicaçòes multimidia com GUIs de qualidade podem ser simplificados. 2) Angela Caicedo (ele já esteve em Salvador, no TechDays JUGs Edition 2006), que se inspirou no filme Minority Report e em sua filha pequena para criar uma espécie de tela virtual que permite usar uma luva para desenhar na parede usando uma interface bem legal feita com JavaFX. Ao final da GS, os funcionários da Sun presentes subiram ao palco (sem nenhum clima de festa...) para tirar fotos.



À tarde fui prestigiar os brasileiros Clayton Chagas e Magno Cavalcante na sessão sobre o sistema brasilieiro de TV Digital. Uma boa esplanação técnica com destaque para a aplicação de exemplo "escolha a mulher mais bonita do carnaval" (foto), que arrancou algumas risadas da platéia. Minha última sessão foi com Tonni Epple e Geertjan Wilienga, sobre como portar aplicações existentea para a NetBeans Platform. Leitor assíduo do blog de Geerjan, dei uma de fã e fui conversar com ele (que fim do mês estará no Brasil, participando do FISL) e tirar uma foto.



O JavaOne reune uma quantidade absurda de conhecimento sobre diversas áreas de interesse relacionadas a tecnologia Java. Todos os videos das General Sessions, assim como os slides (em breve, também os áudios) das sessões técnicas, estão disponiveis gratuitamente. Recomendo fortemente considerar CommunityOne e JavaOne como uma excelente fonte de busca. Nesse link é possível procurar sessões do CommunityOne 2009 por palavras chave, trilha, tipo de sessão, dia ou nome do autor (observe que o PDF pode ser acessado usando usuário e senha contentbuilder e doc789 respectivamente); Para ter uma idéia, a busca por javafx retorna 57 registros, boa parte já com PDF disponíveis. As sessões do JavaOne 2009 podem ser acessadas neste endereço (requer registro gratuito no Sun Developer Network - SDN).



Bom pessoal, com um certo ar de melancolia (não sabemos se, nem quando, haverá um próximo), assim terminou mais um JavaOne. Conheci gente legal, aprendi bastante, andei um bocado, me diverti. Tenho orgulho de mais uma vez representar o JavaBahia, o Serpro e nosso país nesse evento indescritivelmente único. Obrigado a todos que acompanharam o blog e o twitter. Sejam felizes e, homenageando meu amigo Daniel deOliveira (que esse ano não pôde estar presente), BONS CÓDIGOS!!!

Veja relação completa de Java Champions e JUG Leaders em
java-champions.dev.java.net
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JavaOne 2009 - 3o Dia



O terceiro dia do JavaOne comecou para mim as 9:30 (a General Session era às 8:30 com a Microsoft; você iria?) com a sessão Java ME Myth Busters, apresentadas pelos brazileiros Marlon Luz e Bruno Oliveira. Mostrando vários contra-exemplos eles "caçaram"o 10 mitos abaixo (Veja slides - usuário: contentbuilder; senha: doc789):
  1. Java ME é apenas para jogos
  2. Java ME possui interface gráfica pouco amigável
  3. Java ME não e seguro
  4. Java ME será descontinuado
  5. Java ME não é portavel
  6. Java ME não possui padrões
  7. Java ME não é extensivel
  8. Escrever tela com Canvas é escrever "do zero" (na unha)
  9. Java ME é o futuro
  10. Java ME possui poucas ferramentas
Veja o que eles falaram ao final da palestra:



A 5a-feira é o último dia de Pavilhão (last chance to get prizes!) , então dei uma circulada, postei sobre o 2o dia e fui almoçar num Shopping perto do Moscone. Comida chineza no Panda Express: saborosa, mas picante! Ã tarde, estive na New Java Digital TV Standard Goes Brazil, apresentada pela Sun com a presença do brasileiro David Campelo, cearense que trabalha na TQTVD, no Rio de Janeiro. Depois de uma parte bem técnica, uma Demo interessante apresentando uma aplicação Java Caminho das Índias, usando o Ginja-J para fornecer interatividade para a novela global. Na sessão de perguntas alguém quis saber porque o Brasil optou por criar seus próprio sistema de TV Digital. Deu orgulho ver os gringos da Sun responderem: Porque o país optou por um sistema open source e livre de royalties.

Os anos ligados ao projeto do IRPF Java me impediram sair do JavaOne sem assitir nada sobre Java/Desktop. Fui conferir a sessão RIA Teacher Gradebook Managin Millions of Students with Swing ans Web Services, que mostrou um exemplo interessantíssimo de uso de Java nas escolas. Parte de uma aplicação maior, também com compontentes Web, o gerenciador de notas dos alunos é uma aplicação desktop com Java WebStart com uma interface gráfica muito bem feita, soluções para uso distribuído na internet (eles criaram seu próprio "protocolo" de comunicação Java <-> Java, compactando as mensagens com o Pack200 para reduzir o número de bytes trafegados. Interessante foi ver a intergração JavaFX + Swing, trazendo novas possibilidades para o desenvolvedor e uma melhor experiência para o usuário.

No final da tarde, dois BOFs seguidos: O painel Java Champions, Java User Group Leaders, and NetBeans™ Dream Team Discussion with Sun Software, discutindo sobre o futuro da tecnologia. Em alguns momentos a discussão inflamou: A Sun olhando para trás, dizendo "o que fizemos" (e foi muita coisa boa, não duvidamos isso), e os Java Champions olhando pro futuro (o que pode ser feito daqui em diante? A comunidade continuará sendo importante para a Oracle?). Dúvidas, dúvidas, dúvidas. A seguinte, Improving the Java User Groups (JUGs), contou com a participação especial de Felipe Gaúcho, fundador do CEJUG hoje morando na suíça. Os vários JUGLeaders presentes se apresentaram fizeram perguntas e ouviram dicas de como criar e manter um grupo de usuários. Interessante que todos passam por problemas semelhantes: Como manter a frequência de reuniões, atrair novos membros, manter o interesse dos atuais, conseguir palestrantes, adquirir patrocínios. Bom saber que não estamos sozinhos. Ouvir depoimentos de líderes de grupos do mundo inteiro nos motiva a continuar e tentar fazer nosso melhor.

Simultaneamente, Vinicius Senger (falei sobre ele no último post) apresentava o BOF Enterprise Web 2.0 Architectures: From Pristine Java™ EE Platform to Fully Loaded Frameworks. Parece que depois disso o SuperCrud (a partir de templates, gera diferentes tipos de arquiteturas JavaEE para sua aplicação) deixou de ser um projeto solitário e bombou! Vinicius falou pro JavaBahia sobre o assunto:



Na After Dark Bash rolou uma festa com Rock n' Roll de qualidade. Quem disse que gringo não "pira o cabeção?". No final uma GALERA subiu no palco e fez a maior festa. Detaque para a figuraça Reza Rahman, consultor independente um dos autores do livro EJB 3 in Action (só depois fomos saber que o cara era famoso!). Olha a foto que tiramos!


quinta-feira, 4 de junho de 2009

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JavaOne 2009 - 2o Dia



O ponto alto do 2o dia de JavaOne para mim foi a General Session do final da tarde, chamada Your Lifestyle: Mobile, TV and Beyond (video acima). Uma série de conversas e demonstrações interessantes sobre o uso de Java nos mais diversos tipos de dispositivo: Celular (sao 2.6 bilhões de mobile phones usando Java), SmartBook, Amazon Kindle, Netbook, PlayStation, Set-top Box, Blu-ray disk. Ainda meio insipiente no JavaOne de 2008, agora o JavaFX desponta como um forte competidor nesse mundo, aproveitando-se da caracteristica multiplataforma do Java (graças ao Java Runtime Environment, a maquina virtual Java). Aplicações de excelente qualidade visual e interatividade podem ser construidas por desenvolvedores usando ferramentas como o NetBeans (que ja possui suporte ao JavaFX SDK - veja em javafx.netbeans.org); Um mesmo programa sendo " deployed" para todos os tipos de "screen" . Melhor do que eu tentar descrever, sugiro ver direto o capitulo 2 video já disponivel.

Quanto às sessões, destaco uma Mesa Redonda sobre Tecnologias de TV Digital. O foco dos americanos, diferente do Brasil, é TV a cabo e Blu-ray discs. Veja no post anterior o que Clayton Chagas, brasileiro que apresenta uma sessao sobre o assunto na 6a-feira, achou do papo. Tambem fui conferir Building Commercial-Quality Eclipse Plug-Ins, apresentada pelos caras que escreveram o livro de mesmo nome. A apresentação foi um condensado de um Tutorial de 6 horas e apresentou boas dicas. O tema desperta interesse devido a reestruturação da arquitetura dos plug-ins do Demoiselle Framework que estamos iniciando (quer contribuir? junte-se a nós em sourceforge.net/projects/demoiselle-wzd). Entre uma sessão e outra aproveitei que a fila estava pequena e tirei uma foto com o Duke!


Depois de tanta informação e muita conversa interessante (principalmente no java.net Community Corner) eu e o Gabriel Falconieri (o primeiro e único especialista que conhe'co em Java Modeling Language - JML) fomos de bonde no Hard Rock Cafe do Fishermans Wharf comer uma refeição decente (todo dia o sanduiche fornecido aos participantes, ninguem aguenta!)

quarta-feira, 3 de junho de 2009

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Clayton Chagas fala sobre TV Digital



O brasileiro Clayton Chagas fala sobre a mesa redonda que assitiu sobre a tecnologia de TV Digital no JavaOne. Na 6a-feira ele e Magno Cavalcante apresentam a sessão Java™ in the Brazilian Digital TV: Interactivity and Digital Inclusion on TV. Quer saber mais sobre o assunto? Dá uma olhada no blog do Felipe Gaúcho (em Inglês).
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JavaOne 2009 - 1o Dia



A General Session de abertura do JavaOne começou com as boas vindas de John Melissinos, Chief Evangelist and Chief Gaming Officer da Sun. Uma grande expectativa pairava no ar, pois todos estavam curiosos (principalmente, acredito, os empregados da Sun) sobre o futuro da tecnologia Java agora que a Oracle adquiriu a Sun. Johnatan Schwartz não ajudou muito a esclarecer essa dúvida, mas apresentou exemplos diversos de uso da tecnologia Java junto com executivos de outras empresas. A divisão de Blackberry da e-Bay afirmou tratar Java para dispositivos móveis com extrema seriedade; apresentou uma demonstração do Zobni, uma aplicação de busca de informações de contato em redes sociais, acoplada ao programa de e-mail. Enquanto o nome era digitado, apareciam as pessoas encontradas para permitir seleção (Informação sobre desenvolvimento para Blackberry (www.blackberry.com/developer). A Sony Pictures mostrou uso de Java em Blu-ray que nos levará a uma interatividade de alto nível, em qualidade visual e funcionalidades, permitindo por exemplo que pessoas assistindo um mesmo filme possam usar a TV para conversar. Verizon Wireless e Intel basicamente ressaltaram a importãncia de Java em suas organizações, a última enfatizando os altos ganhos de performance obtidos em seus processadores mais novos, resultado também da parceria constante com a Sun. Sobre TV Digital, foi mostrada uma demo de aplicação construída com JavaFX com belos efeitos gráficos. TV e internet se misturam, pois será possível assistir um filme e ao mesmo tempo jogar um Game, ver informações sobre outro assunto (ex: esportes, bolsa de valores ou meteorologia) ou efetuar uma compra on-line. JavaFX parece ser uma boa opção, devido aos seus recursos visuais e multimídia. O Clayton Chagas, brasileiro que apresentará junto com Magno Cavalcante (RioJUG) uma sessão técnica na 6a-feira sobre o Sistema Brasileiro de TV Digital, estava ao meu lado e disse que nosso sistema ainda não prevê suporte JavaFX. Vamos acompanhar a evolução disso.

Durante essas apresentações, foram feitos 3 anúncios importantes: A disponibilização do Java SE 7 SDK, do Java EE 6 e do Java FX 1.2. Sobre essa última, a diretora de engenharia da plataforma JavaFX demonstrou um Player de Vídeo feito com JavaFX construido praticamente sem a necessidade de escrita de código "na unha", apenas arrastando e soltando componentes e estabelecendo ligações entre eles, tudo de forma visual.

É claro que não podia faltar o "pai do Java" James Gosling. Ele falou sobre o novo Java Store, uma espécie de catálogo de aplicações Java construído em JavaFX, que permitirá descobrir, comprar (caso não seja gratuita) e instalar aplicações Java de um jeito bem simples: arrastando e soltando no Desktop. Foi exibido um jogo de paciência feito por Gosling; o chefe brincou perguntando: "Você não fez isso em horário de trabalho né?". A resposta: "Você não deveria fazer esse tipo de pergunta aqui!". Em algum momento Gosling ainda lançou um "desafio", dizendo que gostaria de ver o JavaStore rodando numa TV Digital; Alguém se habilita!?. Em seguida ele e Scwhartzs convidaram o Mark Gerhard, CEO da Jagex (de Java Game EXperts!) para receber seu Duke's Award pelo jogo Rune Scape, um caso de sucesso mundial de game escrito em Java.

Em seguida, o fundador da Sun Scott McNealy foi convidado ao palco; Os 3 assistiram juntos a um divertido filme que resumiu os 14 anos de Java. McNealy estava visivelmente emocionado e fez uma espécie de homenagem a Gosling; Disse que ao ser perguntado pelo pessoal de RH (eles estavam elaboranco um programa de capacitação) sobre como definiria um líder na Sun, pensou e respondeu com uma palavra: CORAGEM. E que isso James tinha e tem de sobra, principalmente quando inventou o Java há 14 anos. Depois do tradicional "arremesso de camisetas", que deixou Gosling bastante ofegante, foi entregue outro Duke's Award para o CEO do Alice, uma solução para ensinar crianças a programarem que começa de forma gráfica e aos poucos vai introduzindo os comandos escritos. Fiquei curioso para saber mais.

Chegava, então, o esperado momento. Finalmente aparecia o Larry Ellison, CEO da Oracle, para dividir o palco com Scott McNeally (estranhamente Gosling e Johnathan se retiraram do palco rapidinho!) e falar sobre a aquisição da Sun. O " Clóvis Bornay americano" (irresistível essa comparação... olha a cara dele!) ressaltou a importância de Java ("100% das soluções Oracle são baseadas em Java ... porque Java é aberto"), JavaFX e OpenOffice (que, segundo ele, vai passar a usar JavaFX em algumas partes visuais). Sobre o que vem mais por aí ele apenas disse "se você quer saber sobre o futuro precisa olhar para o passado", pelo menos deixando a entender que não pretende dar passos para trás "fechar as portas" para essa importante comunidade criada em torno das principais tecnologias da Sun. Ele também falou que gostaria de ver dispositivos produzidos pela Sun, citando especificamente o Google Android. Vamos ver se ele se aventura nessa área. McNeally ainda deu um presente e um recado: bandeirinhas que correspondiam a 5 letras: J A V A. Scott agradeceu imensamente a tudo o que a comunidade de desenvolvedores tem feito e saiu aplaudido de pé.

O restante do dia reservei para assistir sessões, circular pelo pavilhão e conheces pessoas. Gostei muito da Castle in The Clouds: SaaS Enabling JavaServer Faces Application. Boas dicas de como criar Aplicações como Serviço usando JSF, mostrando como embutir características de customização, personalização, gerenciamento de níveis de serviço, métricas de monitoração, dentre outros. A apresentação está disponível on-line no blog do autor.

No Community Corner assisti o Juggy entrevistando a brasileira Fabiane Nardon e o alemão Tonni Epple sobre o JavaTools, espécie de catálogo de ferramentas Java hospedado no java.net que tem em seu portfólio por exemplo desde o popular Hudson, software de integração contínua, até o SuperCrud, projeto quase que individual (ainda...) do Vinicius Senger (Globalcode). Numa dessas situações inusitadas, lembrei que o Tonni Epple foi a única pessoa que eu vi na internet que escreveu um Tutorial de uso de um plugin NetBeans escrito por mim chamado DTDtoBean, para geração de código JavaBean a partir de arquivos DTD, útil para serialização/deserialização de objetos para XML e vice-versa usando frameworks como XStream, Simple (do qual Toni, assim como eu, também é fã) e Java Objects in XML (JOX). É claro que não perdi a oportunidade de conversar um pouco com ele sobre o assunto e demonstrar minha felicidade de ver que pelo menos 1 pessoa gostou do projeto. Já vale a pena!

Entre Sven Reimers (Duke's Award Winner 2009) e Toni Epple 

Ao final do dia, fui à festa do Java Community Process, JCP, onde estão várias pessoas importantes que estão no topo da cadeia que define os rumos da tecnologia. Boas conversas, dentre elas um ótimo papo com o Aaron Houson (coordenador dos JUGs na Sun), eu e Magno Oliveira. Convidei o Aaron para vir ao Brasil participar de um evento no final do ano, provavelmente em Natal - RN, que está sendo organizado pelos vários grupos de usuários Java do Nordeste. Ele ficou animado. Eu também.

Existem mais brasileiros blogando sobre o JavaOne. Vale a pena ver a visão deles sobre o que tem acontecido por aqui. Duas dicas:
Blog do Felipe Gaúcho (CEJUG)

Blog do Magno Cavalcante (RioJUG)


Algumas fotos do 1o dia

terça-feira, 2 de junho de 2009

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CommunityOne - Comunidades, Código Aberto e Nuvens


Pelo terceiro ano consecutivo o CommunityOne ocorre como uma espécie de aquecimento para o JavaOne. Um evento gratuito, com foco em compartilhamento de conhecimento e expansão das comunidades. A sessão de abertura do evento, o Keynote, tinha como tema Communities, Open Source Platforms, and Clouds. foi basicamente dividida em duas partes.

A primeira, teve como mestre de cerimônia o David Douglas, Senior Vice Presidente of Cloud Computing da Sun e foi totalmente dedicada a Cloud Computing, um assunto bastante vasto que este ano apareceu com força total. De soluções para armazenamento de dados a processamento distribuído “nas nuvens”, foram apresentados conceitos e exemplos reais que me levam a acreditar valer pena estudar mais sobre. Algumas dicas de por onde começar: Sun Cloud, a plataforma open source da Sun; Apache Hadoop, para construção de aplicações que necessitam intensivamente de processamento paralelo de dados; e Amazon Elastic Compute Cloud (EC2), um serviço web que provê capacidade computacional redimensionável "nas nuvens".


Um momento de destaque: Foram chamados ao palco 4 Sun Campus Ambassadors, para contarem um pouco da sua experiencia. Chile, Indía, Coréia e Brasil. Na foto abaixo, à esquerda conhecido como "Tom Mix" da FEI, São Paulo. Aproveitando, para quem ainda não sabia, a Bahia também possui um embaixador da Sun, o Marlon Freitas, da UFBA.


O mestre de cerimônia da segunda parte foi John Fowler, Executive Vice President, Systems. Basicamente dedicada a nova versão do OpenSolaris OS. Destaque para o sistema de arquivos ZFS, Gostei especificamente da demo do ZFS Snaphots, que tira de tempos em tempos tira “fotos” de seus arquivos, cuja evolução pode ser vistar usando um controle visual tipo “Time Slider”. Como exemplo foi usada a imagem de um sapo: as várias versões do mesmo arquivo iam desde a época que ele era ovo, passando por girino, até chegar a um sapo adulto. Gostei também do SourceJuicer, um jeito fácil de fazer deploy de aplicações para o OpenSolaris, que por exemplo pode ajudar (e estimular) a portar para ele programas construídos para outros sistemas operacionais.

ZFS Snapshots

A partir daí foram mais de 70 sessões técnicas e laboratórios., divididos em 8 principais áreas temáticas: Cloud Platform, Free and Open, Mobile Development, Operating Systems and Platforms, RIAs and Scripting, Server-side Platforms, Social and Collaborative Platforms e Web Platforms. Com tanta coisa interessante é difícil escolher o que assistir (ainda bem que posteriormente que as apresentações ficam disponíveis on-line). Optei por focar em Web Platforms, principalmente em função da minha nova atribuição no Serpro liderando a equipe técnica do Framework Demoiselle, e Social and Collaborative Platforms, objeto de estudos filosóficos (em bazedral.blogspot.com) e aplicação prática no ambiente de desenvolvimento colaborativo do Serpro.

Assisti duas sessões de cada, interrelacionadas: Nas plataformas colaborativas e sociais: Developing Sleek and Collaborative Applications with Open Social and AJAX Push (Ted Goddard – ICEsoft / Chris Shalk – Google) e Social Networking with JavaServer Faces 2.0 Technology, Portlet 2.0, and AJAX Push (Ed Burns – Sun / Neil Griffin - Liferay). Duas abordagens ao mesmo tempo diferentes (Open Social x Portlet) e parecidas (AJAX Push) para aplicações inseridas no contexo das redes sociais. Na segunda gostei de conhecer o Liferay Portal, uma boa opção para construir por exemplo portais tipo iGoogle agregando serviços/mini-aplicativos de diversas naturezas, permitindo ainda (por causa do AJAX Push + JSF) a interação direta entre portlets rodando em diferentes browsers (como foi mostrado numa demonstração bem legal de um chat). Nas plataformas web: Secure Web Services in Time for Tea, Using Metro and OpenSSO (Johnatan Scudder - Veritas) e Metro Web Services, NetBeans IDE, Glassfish Application Server, and OpenSSO in Action with Amazon S, Azure and Office (Harold Car - Sun). Ambas focando soluções de segurança para acesso a WebServices, me chamou atenção a aparente facilidade do uso do Metro (que inclusive permite operar serviços Java com .NET) e do OpenSSO, que cuida da camada de segurança deixando o desenvolvedor de serviços web focado nas questões de negócio. Está ficando mais fácil construir Aplicações distribuídas interoperáveis, com segurança federada, exigindo Single Sign-on.

Sessão Técnica sobre Open Social e AJAX Push

No meio da tarde foi aberto o Pavilhão, então aproveitei para dar uma circulada e um pulo no Java.net Community Corner, onde tem um espaço de encontro dos JUGLeaders. Encontrei novamente Aaron Houston, coordenador mundial dos JUGs e conversei com alguns outros JUGLeaders. Depois, assisti mais duas sessões. Tips and Tricks for Starting and Mantaining a Successfull User Group in Your Community (Kevin Nilson – Sillicon Valey Web JUG / Michael Van Ripper - Krillion), uma apresentação legal, com diversos depoimentos fornecendo dicas de como criar e manter um grupo de usuários. Dica unânime era o “Provide Food” - forneça comida (em geral, pizza - :-D ). Descobri que agora existe o Google Technology User Group, focado nas tecnologias criadas pela Google. Depois assisti de novo (não me canso...) o brilhante Simon Phipps na sessão The Third Wave of Open: Open Source and Business Models, que fez um breve histórico do movimento open source, com alguns exemplos ao redor do mundo, e uma análise do modelo de negócios open source usado pela Sun, não mais focados em licença (tipo: Você aga, instala, usa e recebe (será?!) suporte quando precisar) mas sim em serviços agregados (tipo: Você faz download, experimenta/prototipa, coloca em produção e se quiser serviços agregados como suporte a defeitos, contrata).

Área dos JUGs no java.net. No centro Aaron Houston

Ao final do dia vários JUGLeaders se encontraram para um jantar num restaurante chinês especialista em comida apimentada (até pra um baiano tinha umas bem fortes!), depois umas cervejas no The Chieftain. É um momento legal onde a gente conhece gente de tudo que é canto (convesei com polonês, filipino, francês, norte americano, indiano) e diminui as distâncias entre os grupos de usuários Java que existem pelo mundo.

Mauricio Leal (Sun), eu, Magno Oliveira (RioJUG) e Clayton Chagas (IME/RJ)

Confira mais fotos no PicasaWeb do JavaBahia:

segunda-feira, 1 de junho de 2009

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JavaOne, aí vamos nós!!!!


Estou em San Francisco desde sábado, no aquecimento pro Comunnity One (que começa nessa 2a-feira) e JavaOne 2009 (a partir de 3a). Umas 16h de hoje à tarde fui ao Moscone Convention Center fazer meu credenciamento. A atendente era uma simpática negra de Uganda, de sobrenome Lutta. Expliquei a ela o significado da palavra em português (com um T só, claro), dizendo que ela deveria então ser uma mulher guerreira. Ela e a atendente do lado sorriram. Tinha bem pouca gente na hora, mas coincidentemente um brasileiro estava sendo atendido ao meu lado. Identifiquei pela cor do passaporte. Ele ficou bem impressionado (assim como eu, em 2005) com a enorme estrutura do local e o nível de organização. (Uma confissão: Fiquei bem aliviado quando recebi a mochila desse ano, bem diferente das 2 "irmãs gêmeas" que tenho de 2005 e 2008. Iupi!)

O "material" de 2009

Esse ano são 3 slogans principais: JAVA = EVERYWHERE, JAVA + COMMUNITY = POWERFUL e JAVA = INNOVATION. Nos grandes painéis da entrada, fotos de pessoas reais como os filipinos Rommel Feria e John Paul Petines, criadores do belíssimo projeto Java Educational Development Iniciative - JEDI (saiba mais no site do DFJUG) que tive a honra de conhecer pessoalmente. Esse ano os Banners estão espalhados apenas na rua do Moscone, diferente de 2008 que tinha também nas ruas de acesso e até em cima dos táxis, por isso a divulgação me pareceu um pouco mais modesta (efeitos da crise?), mas isso em nada diminui a grandeza do evento.

Rommel Feria e John Paul Petine (foto: Aaron Houston)

Hoje à tarde ocorreram alguns mini-cursos do Java University, uma delas entitulada Writing Powerful Real-Time Web Applications Using Grizzly Comet ministrada pelo canadense Jeanfrancois Arcand, que já esteve palestrando em Salvador no TechDays 2007. Aliás, pra quem não sabia, estudantes e professores tem uma chance de conseguir registro gratuito para participar do JavaOne, CommunityOne e Java University (já é uma booooa economia, né!?). As 19 teve uma festa do Glassfish, que eu tinha me programado para ir, mas resolvi me poupar para a semana que será longa e, espero, produtiva e - porque não - divertida!

Agora com as guias da programação em mãos, vou começar a fazer uma seleção do que pretendo assistir nesses dias. Estava tudo disponível on-line há bastante tempo, mas como bom brasileiro e baiano, ..., já sabe né?! A partir de amanhã blogarei aqui e "twittarei" em javabahia e serge_rehem, repassando informações em tempo "quase real" direto de San Francisco, California. As fotos ficarão no PicasaWeb do JavaBahia. Abaixo, algumas.